1. Daniel Osiecki, crítico literário de Curitiba, me enviou sua incursão na ficção através do livro Abismo. É um livro honesto, ausculta os mecanismos de funcionamento da narrativa curta, marcadamente sombrio como se a mão de um fatalismo à moda de Dostoievski o percorresse. Em uma recente comunicação com o autor, me referi que havia um roqueiro em seus textos pela música incomum dos períodos em algumas narrativas. É uma leitura marcante, pontuada por uma tensão envolvente, mesmo nociva. Se me pedissem uma generalização, apontaria para uma espécie de Crime e Castigo na atmosfera dos textos. Hard Metal ou Black Metal como quiser.

2. O Véu, Luiz Eduardo Matta, outra boa leitura, diversa da descrita acima. Merece ser lido com atenção, porque as alegorias pertinentes ao fazer literário e sua utilidade no mundo contemporâneo estão em voga na maior parte do texto.

3. Cronista de Um Tempo Ruim, Férrez, é catequismo esquerdizante, com uma série de raciocínios que se óbvios, não permitem que nossos olhos se voltem para o lado. A violência, a vida na periferia, os problemas de uma existência que tem que ser negociada a todo o instante na cidade grande. O autor é um observador cuidadoso do tempo ruim que se abateu não só sobre a cidade de São Paulo como por todo o Brasil.

4. Paranóia, Roberto Piva e Wesley Duke Lee, é uma obra prima.

Comentários

Daniel Osiecki disse…
Querido amigo Mariel, muito obrigado pelas palavras e pela comparação a Dostoievski. Não mereço nem um terço da elogiosa comparação.Um grande abraço do amigo do sul.

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