Foxcatcher, o filme
Foxcatcher,
de Bennett Miller, baseado no assassinato cometido pelo milionário
norte-americano John Du Pont de um lutador medalhista olímpico, Dave
Schultz, é um filme cujo centro é o deslocamento. Mark Ruffalo
interpreta Dave Schultz, irmão mais velho e treinador de Mark
Schultz, defendido por Channig Tatum. Se Ruffalo, um ator
notabilizado por papéis em comédias românticas, ultimamente
marcado por sua presença em Os Vingadores como Hulk, lembrado pela
retirada de apoio à Marina Silva devido ao veto da candidata ao
casamento gay, na última campanha presidencial brasileira, no filme
assume outra tônica interpretativa surpreendente. Channing Tatum, um
ator de filmes de ação, estreia o típico O Destino de Júpiter,
onde elementos de sua familiaridade marcam presença, porém, como
Mark Ruffalo, está desviado, em Foxcatcher, de sua primeira natureza, acrescido
da carga dramática do papel: um campeão olímpico de luta-livre sem
perspectivas. A atuação de Tatum lembra a de Sylvester Stallone, em
Rock (1976), papel que lhe rendeu,no Oscar do ano seguinte, a
indicação para melhor ator. Channing Tatum é mais feliz em sua
construção, dimensionando o personagem com maior profundidade. A
desarticulação proposta por Bennett Miller alcança o extremo com a
participação de Steven Carrell, comediante, intérprete do célebre
O Virgem de 40 anos, como John Du Pont, o deflagrador da tragédia.
A narrativa do filme, embora conhecida dos noticiários esportivos e
policiais, é desenvolvida com segurança, reforçando o deslocamento
de todos os envolvidos. Comprei o
ingresso sem nenhuma expectativa e acabei convencido de que assisti
um filme brilhante.
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