A Voz do Contra 2




Os treinadores brasileiros são ótimos para os times de rúgbi ou de futebol americano. Não possuem a ciência do futebol e quando a vislumbram acovardam-se como o primeiro primata diante do fogo. Somente muito tempo depois encheu-se de coragem para manuseá-lo e utilizá-lo tanto para o bem quanto para o mal. Estamos, ainda, na época do cru. O cozido tardará a chegar. Ou se vier, como muitos crêem, caminhará em passos lentos, devido aos inúmeros retardatários do caminho.

Muricy Ramalho depois do baile que o time do Santos levou do Barcelona apressou-se a atualizar a sua gramática futebolística e ensaiar a marcação por pressão no campo do time adversário. Para o bem ou para o mal, o Santos está evoluindo. Apesar do medo ou da ousadia. Os atletas parecem concordar com o novo modo de jogar imposto pelo técnico, isso se não for uma reivindicação dos próprios atletas, porque, como disse o garoto Neymar, eles aprenderam como se deve jogar futebol naquela derrota. Eu discordo do menino da Vila Belmiro, porque aquele jeito de jogar sempre pertenceu ao brasileiro, ao Santos dos bons tempos e ao Botafogo de tempos imemoriais quando possuíam elencos tão excepcionais quanto o Barcelona. As duas equipes dispunham de jogadores que facilmente estariam entre as fileiras da equipe espanhola. Não completo com o de praxe vice e versa porque dependendo de quem fosse trocado com a equipe catalã não valeria a pena para nenhum dos dois times. Nem para o Santos e nem para o Botafogo.

Mano Menezes acossado pela sombra de sua demissão resolveu colocar em prática aquilo que ele bem sabe no discurso. E para livrar-se da sombra de seu sucessor, porque a torcida para Muricy Ramalho assuma a seleção é grande e justificada pelos inúmeros equívocos de Mano a frente da seleção, fará qualquer coisa, praticará o futebol cientifico propalado por Guardiolas e Mourinhos, procurará consagrar listagens de jogadores promessas que comentaristas tarimbados e técnicos esfomeados de seu lugar apresentarão.

A mudança de tática, caro mestre Alberto Helena Jr, não encontrará respaldo imediato, porque o costume viciou treinadores e clubes. E o futebol de resultado inibe a prática de uma cultura como essa nas terras em que se preza o lucro e o funcionalismo. Mesmo que amoral e automático.

Caso Ronaldinho

Ronaldinho é um problema do Flamengo. É difícil julgar quem é o mais culpado se o meia-atacante ou o clube. Quem é o mais irresponsável em toda essa história. Podem ambos estar com a razão como podem estar errados. Como não possuímos um Salomão à disposição para testar com correção aquilo que cabe a cada uma das partes, desconfio que o final possa não ser feliz, mas não se extinguiram as surpresas em relação tanto ao jogador quanto ao clube. É ficar de olho.

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