Onze contra Onze




A listagem do escritor André de Leones que pode ser conferida aqui http://vicentemiguel.wordpress.com/2012/06/01/11-livros-da-minha-vida/ me inspirou a rever os livros que me marcaram de fato e que vez por outra revisito com mais ou menos assiduidade. A ordem é arbitraria, mas servirá para dar uma idéia do que é meu imaginário literário. 


1.    Da Próxima Vez, O Fogo, James Baldwin –Comprado em uma de minhas à região serrana do Rio de Janeiro, exatamente em Petrópolis, em um sebo localizado no segundo andar de um sobrado na via principal da cidade. Dois relatos marcantes do escritor afro-americano sobre o racismo e a relação com cristianismo e islamismo na América.
2.    Problemas da Guerra Civil, Leon Trotski –Emprestado da biblioteca do meu primo Júlio Dias, embora o livro pertencesse ao meu outro primo Amadeus Dias. Trotski discorre sobre a Guerra Civil na Rússia, sua implantação e desdobramentos e ao final do livro há um Manual para a prática da guerrilha bem ao modo de Carlos Mariguella, retratado em outro livro inesquecível
3.    Batismo de Sangue, Frei Betto – Retirado da biblioteca do meu primo Julio Dias. Em uma prosa vertiginosa, límpida, jornalisticamente perfeita, o material narrado pertence ao tempo de exceção vivido no país. Entre os principais fatos está um dossiê sobre Carlos Mariguella e sua atuação dentro Partida Comunista, suas prisões e atos de resistência. Como a morte de Frei Tito, advinda das brutalidades sofridas durante a prisão no regime ditatorial, redundando em sua morte fora do país.
4.    Reunião de Turma, Fred Uhlman – Uma estória sobre a Ascensão do Nazismo e o esfacelamento de uma amizade que parecia eterna. Um livro contido e comovente. Uma pequena obra-prima da literatura universal que precisa ser redescoberta. Este livro tem uma estória curiosa, porque quando um amigo me sugeriu sua leitura estava republicado com o título Reencontro e eu já o conhecia com o título acima.
5.    Matéria de Memória, Carlos Heitor Cony – Um grande romance brasileiro subestimado ou subvalorizado. A polifonia narrativa é um dos pontos fortes. Os traços existencialistas e a própria narrativa surpreendem. A trajetória de Tino, Selma entre outros dramas valem ser revisitados. Indicado pelo escritor Antônio Torres foi o primeiro romance de muitos outros de Cony que li avidamente. O ventre, Pessach: A Travessia e Informação ao Crucificado são também imperdíveis.
6.    Carta ao Bispo, Antônio Torres – Roubado de um livreiro do Centro do Rio de Janeiro. Talvez a novela da literatura brasileira contemporânea mais perfeita depois da Morte e a Morte de Quincas Berro D’Água, de Jorge Amado. Todo vigor e poesia encerrados na derrocada de Gil, personagem principal da obra. O leitor é conduzido pelo redemoinho de fatos através de uma poesia inusitada arrancada do desespero.
7.    A Morte e A Morte de Quincas Berro D’Água, Jorge Amado – Roubado na mesma leva que  Carta ao Bispo de um livreiro do Centro do Rio de Janeiro. Vinicius de Moraes reclamou a esta obra de Jorge Amado a pecha de perfeita e não exagerou. Embora a crítica torça o nariz ao autor de Gabriela é impossível não lhe enxergar o mérito. O vitalismo do autor se realiza com o virtuosismo narrativo. Um raro momento na própria obra amadiana e na literatura brasileira.
8.    A Luta, Norman Mailer – Trata o livro do empolgante combate entre Cassius Clay (Muhammad Ali) e George Foreman. Texto clássico do Novo Jornalismo. Transmite com intensidade os preparativos para o combate, as dúvidas, as inquietações e os treinos suicidas de Muhammad para a derrota do seu oponente. Comprei por um real na Feira do Livro da Cinelândia. Depois o livro foi relançado pela Companhia das Letras.
9.    Metamorfose, Franz Kafka – Não necessita de minhas palavras para que se imponha. Minha homenagem ao autor de Praga está em meu livro John Fante Trabalha no Esquimó em um conto intitulado Jonas, A Baleia. Comprado na Feira do Livro -Cinelândia
10.                     Mariana, Machado de Assis – É uma novela espetacular. Existem duas versões dessa obra. Em particular refiro-me a que está em primeira pessoa e em que Mariana é a negra que se mata por amor. Esse livro me foi doado pelo escritor Rubens Figueiredo. E acabei por perdê-lo quando o emprestei. Depois como um presente José Enokibara me entregou novamente o volume em que se encontrava a novela machadiana.
11.                     Corrida Selvagem, J.G.Ballard – A engenhosidade da trama e a escrita investigativa combinam-se bem para a tradução da estória. Comprado na Livraria da Travessa. O autor me foi indicado por Rubens Figueiredo em sua oficina de literatura na UERJ.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Iberê

O caso Alexandre Soares Silva

Na Pequena Área