PT e PSDB: lados de uma mesma moeda
‘A população que pouco ou nada entende assiste passiva e os meios de comunicação apóiam a decisão e a própria presidente diz que leiloar não é o mesmo que privatizar. As duas palavras, no dicionário da presidente, não significam vender. É melhor Dilma revelar o autor do compêndio etimológico do qual ela faz uso, porque dessa forma compreenderemos muitas de suas ações políticas’
O PT é um partido apaixonado. Apaixonado pelo PSDB, diria. Tudo que o Partido dos Trabalhadores realizou é, foi ou será uma medida tomada pelo PSDB em algum nível. Alguns analistas políticos afirmavam que Lula queria ser um homem e um político igual a FHC e se esforçaria para atingir seu objetivo. O ex- torneiro mecânico Luis Inácio Lula da Silva, cujo epíteto qualificativo mudou significativamente para ex- presidente Luís Inácio Lula da Silva é tão obstinado que conseguiu alcançar a sua ambição tornar-se uma réplica de seu rival e antecessor de governo. Os leitores podem estranhar ao ler a palavra “antecessor”, mas, explico, mesmo com Dilma no poder, quem dá as cartas, planeja e negocia no balcão da política petista é o ex-presidente Lula, o homem mais poderoso dos bastidores do atual cenário nacional. Como o PSDB tem na figura de FHC o seu mentor e principal articulador. Tudo igualzinho.
Lula venceu as eleições propagandeando contra as privatizações ocorridas no governo FHC, classificando-as como atos criminosos, convocando a população para reagir nas urnas contra o desplante efeagaceano. O povo reagiu veementemente e o ex-operário Luís Inácio Lula da Silva venceu as eleições e tornou-se um dos primeiros presidentes do Brasil a vir de uma classe de base, alavancando o sonho da mobilidade social em todo brasileiro. Como se alçado ao posto de funcionário número um da República nossa democracia estava consolidada e, porque não ser redundante, democratizada. A mentira cairia por terra com denúncias de mensalão que teria como suposto chefe José Dirceu, ex- chefe da Casa Civil de onde Dilma sairia para presidente. E para um bom entendedor um pingo é letra. Tratava-se da governabilidade: assunto de extrema importância. Se os tucanos tinham o propinoduto, os petistas precisavam inventar algo para ficar equiparados.
A presidente Dilma - sem apelo ao jargão da extrema esquerda ou da extrema direita -, decidiu mostrar como se privatiza sem se privatizar, isto é, promoveu um jogo de faz de conta democrático onde a Petrobras é a principal exploradora de um novo pólo petrolífero junto a multinacionais como a Shell e outras duas concessionárias chinesas. A população que pouco ou nada entende assiste passiva e os meios de comunicação apóiam a decisão e a própria presidente diz que leiloar não é o mesmo que privatizar. As duas palavras, no dicionário da presidente, não significam vender. É melhor Dilma revelar o autor do compêndio etimológico do qual ela faz uso, porque dessa forma compreenderemos muitas de suas ações políticas. E novamente o PT realiza a sua ambição mostrar ao PSDB que faz as mesmas coisas que o partido fez quando no poder só que com mais elegância, com uma grife de macacão, engambelando o pobre coitado que toma o trem na Central do Brasil e, ainda elogia Lula como o melhor presidente depois de Getúlio Vargas. Por que o PT não muda de sigla? Ou se funde de uma vez ao PSDB? É um mistério. Os contratempos devem ser poucos, a agenda lotada deve impedir seus líderes de selarem um acordo. Quando as agendas coincidirem será apenas uma questão de tempo. E para completar Lindbergh Farias diz que quer fazer pelo Rio de Janeiro o que Lula fez pelo país. Deus me livre! Ou melhor, Cabral e Paes já não o fizeram?

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