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Chegando em Casa Chegando em casa Abro a porta. E, no escuro, Permanecem estáticas: A cadeira, a roupa, Toda a extensão da sala, Tudo o que anseia um futuro... E repentinamente se escapa Por entre os espaços do corpo. Estão se Adiantando Reviro os documentos na escrivaninha: Bilhetes, registros e fotografias, Todas as testemunhas de que estive Presente em meu tempo. Datas, carimbos e emolumentos, Rodam assentes em meu sangue cartorial, Enquanto lá fora o vento brinca Com as folhas que rolam soltas Por todo o quintal. Entre um recorte e outro de jornal A notícia de um desastre automobilístico, A morte de uma bailarina, a internação do tísico, Um ou outro caso banal. O anúncio da morte de um conhecido Que ganhou as feições de um arvoredo, Devido ao papel tão amarelecido Dispara em meu corpo o medo: - Por que estão se adiantando, meus amigos? Respondem: “Em um tempo tão sombrio Cumprimos As ordens ...