Dias de Faulkner e a Crise do Discurso
O aspecto rasteiro deste livro é o seguinte: a visita de um escritor, detentor de um Prêmio Nobel de Literatura a um país de terceiro mundo durante a década de 60 na cidade de São Paulo. Contudo, sinto informá-los de que o livro não trata de maneira alguma disto, portanto para espanto de todos os leitores, penalizados por terem adivinhado a pequena essência do livro – resolvo mostrá-lo como um problema narrativo devido a fatores de enumerarei cuidadosamente. O livro Dias de Faulkner é uma armadilha e o leitor desavisado é apanhado por ela sem mesmo se dar conta. A leitura é surpreendentemente fluida. O texto bem cuidado, enxuto, sem a vacilação que se pressente na estréia de jovens autores - isto está banido de suas páginas, porque é com segurança com que o narrador conduz sua – aí começa o problema – história ou estória como Guimarães Rosa preferia chamar suas peças de ficção? O vocábulo não importa muito, porque nele é que mora a crise do livro, intensificada pela profissão do autor ...