E Por Falar em Saudade...
Para Mara Coradello, PARA UMA ESCRITORA, VITÓRIA Navego na linha tênue do futuro. E lá uma saudade berra sem fim.Berra porque não há outro meio para que a cidade aconteça dentro de mim.Não sem seus exageros, seus complicados aforismas, sem suas saias plissadas, sem o vendedor de amendoim, sem a estranha preferência pela Prefácio, quando existem outras livrarias maiores para abrigarem nossas angústias. E o berro como aquele lançado por uma parente distante, de linhagem nobre, o Quincas, dói em mim como lua minguante nascendo da goela do peixe-homem. Fisgado por seus mistérios, e luares. Pela dança tropega de quem tomou táxi para Viena d'Áustria como música barroca derramada aos ouvidos e a cabeça tombada em ombro com mil sonhos efusivos formando ciclones que me arrastavam. E na breve cisão que o tempo causará (pois breve, não há intervalo no pensamento), resgatarei comigo o nome de pratos complicados degustados augustamente e maramente em restaurantes em que tive de ser salvo da fúr...