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Mostrando postagens de fevereiro, 2013

5 novos poemas

Chegando em Casa Chegando em casa Abro a porta. E, no escuro, Permanecem estáticas: A cadeira, a roupa, Toda a extensão da sala, Tudo o que anseia um futuro... E repentinamente se escapa Por entre os espaços do corpo. Estão se Adiantando Reviro os documentos na escrivaninha: Bilhetes, registros e fotografias, Todas as testemunhas de que estive Presente em meu tempo. Datas, carimbos e emolumentos, Rodam assentes em meu sangue cartorial, Enquanto lá fora o vento brinca Com as folhas que rolam soltas Por todo o quintal. Entre um recorte e outro de jornal A notícia de um desastre automobilístico, A morte de uma bailarina, a internação do tísico, Um ou outro caso banal. O anúncio da morte de um conhecido Que ganhou as feições de um arvoredo, Devido ao papel tão amarelecido Dispara em meu corpo o medo: - Por que estão se adiantando, meus amigos? Respondem: “Em um tempo tão sombrio Cumprimos As ordens

4 poemas

George Trackl Tateamos a urna Em que restam As tuas cinzas, Juntamo-la ao Ouvido e nada... Voz alguma Levantou-se Para resposta. O anjo postou-se À porta, calado; O vento gelado Trouxe os silvos Dos mortos e o Delírio inevitável Tornou harpa O silêncio petrificado. As folhas bailam Mortas e o relicário Com tuas cinzas, Indecifrável, Estiola-se Perfume vândalo De campa ardente. O Banho Ao longo dos braços brancos As marcas dos meus desejos, Todas sulcadas: pequeno riacho Por onde escorre a água do batismo Do meu amor tardio que se calava. Sobre o ventre macio se formava Uma pequena ilha onde me refugiava, As ondas mornas partiam a cada movimento Das suas mãos espadanando como peixes Que invadiam as minhas madrugadas. O esmalte da banheira em que você deitava Os pés apoiados em sua borda como plantas, E sua voz ensangüentada. E a água resvalava Por seus seios, instalada como em uma va

Cem Vezes Dalton Trevisan

Para JD Lucas & Delfin. A cada um por um motivo diferente, mas ligado a literatura. “Só a obra interessa. O autor não vale o personagem. O conto é sempre melhor que o contista. Vampiro sim, de almas. Espião de corações solitários, escorpião de bote armado. Eis o contista. Só invente o vampiro que exista. Com sorte, você adivinha o que não sabe. Para escrever o menor dos contos, a vida inteira é curta. Uma história nunca termina. Ela continua depois de você. Um escritor nunca se realiza. A obra é sempre inferior aos sonhos. Fazendo as contas percebe que negou o sonho, traiu a obra, cambiou a vida por nada. O melhor conto só se escreve com tua mão torta, teu olho vesgo, teu coração danado. Todas as histórias – a mesma história, uma nova história. O conto não tem mais fim que novo começo. Quem lhe dera o estilo do suicida em seu último bilhete.” Acima está o bilhete do escritor curitibano Dalton Trevisan, autor do livro Vampiro de Curitiba, quando da entrega da

Será que existe vida em Marte?

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            Na canção  Marcianos Invadem a Terra  da lendária banda de rock brasileira, Legião Urbana, a pergunta sobre a vida em outros planetas do sistema solar ou além dele, “Será que existe vida em marte? - persiste. Durante muito tempo especulou-se a existência dos marcianos e o planeta vermelho foi alvo de muitas pesquisas até que poderosos telescópios e sondas desvendarão seu mistério, arrasando todas as expectativas e pondo para fora a pontapés toda a poesia secular a esse respeito.             O jornal O Dia estampou a manchete sobre a possível liberação de relatórios de avistamentos de óvnis das Forças Armadas, inclusive dossiês com fotografias e desenhos do que foi visto por pilotos de aeronaves comerciais e militares. A reunião se deu entre a Marinha, o Exército e a Aeronáutica para a deliberação sobre a pertinência da abertura dos arquivos em sua totalidade. Particularmente, contrário as versões cinematográficas representativas de nossos encontros com extra

O Grito de Zezé Polessa

“Só vale o que está escrito Lá não se leva no grito Quem quis levar não prestou” Roberto Ribeiro A atriz Marisa Orth é uma mulher versátil. Em sua carreira encarnou diversos papéis, desde os mais dramáticos, recentemente deu vida à escritora Simone de Beauvoir, autora do clássico Segundo Sexo ; aos mais cômicos, atualmente está em cartaz no musical Família Adams como Mortiça Adams. Em sua bagagem como atriz está Magda, do seriado Sai de Baixo , reprisado no canal Viva, que a popularizou. O bordão “Cala a boca, Magda!” tão famoso quanto a personagem ganhou as ruas, confirmando a preferência do público pelo personagem que atuava ao lado de outro, igualmente hilário, Caco Antibes, representado por Miguel Falabella. Marisa Orth, devido ao sucesso da personagem do seriado, foi capa da revista Playboy em 1997. Além da versatilidade reconhecida, é uma mulher inteligente. No programa Saia Justa, exibido pela GNT, mostrou, ao lado de Rita Lee, Fernanda Young, Mônica W