Camisa Limpa
Os fumos de literatura são as ervas daninhas do canteiro do escritor; tão siglo diecinueve minha sentença que julgo apertar as mãos de Lope de Vega que por um tempo, não muito curto, cismei ser alcunha de meu barbeiro que também já encarnara Sevilha, não a do poeta espanhol, mas a de outro, um pernambucano, o tal João Cabral que, na quadrilha, ali no imbróglio, fez meu barbeiro retorcer os bigodes para ambos os senhores cuja comparação parecia não lhe ter agradado muito. A minha peroração, incompreendida, devido a reles companhia no salão, não sofria admoestação alguma pelos circunstantes que julgavam ter diante de si um caso mais de loucura do que do contrário, porque através das ondas sonoras do velho rádio acoplado ao jaleco de meu anfitrião, o programa Patrulha da Cidade estrondava os crimes mais cabeludos, com toda dublagem caricata e sonoplastia necessárias para o realismo da cousa. Meti-me a besta, enfileirei diante daqueles filisteus alguma literatura menos alta, m...