Cativar - a última ceia
As minhas ações visam transformar, em primeiro lugar, a mim mesmo. Quando me debruço para escrever quero apenas dialogar com a parte de mim que naquele instante pede para ser avistada. É como descobri-la em meio a um nevoeiro e habitá-la com cuidado para que nada melindre a paisagem única que irá me mostrar - desolada ou verdejante. Em segundo lugar, porque me importa a opinião dos meus pares, não todos, mas somente daqueles que realizaram um bom texto literário, que somem à minha experiência suas riquezas nesses territórios conquistados por si mesmos. Em terceiro lugar, creio que não há remédio senão continuar a escrever. É a única maneira de prosseguir - pelo menos para mim - de adestrar demônios, de molestar minha carne para que não prolifere em maldades ou floresça em crimes. Somente continuando a escrever posso me certificar de alguém um dia poderá vir a se interessar pelo que enunciei. Há uma parte prática: a publicação. Tentar cativar um público, mantê-lo sob o domínio, sob o e...