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I. Quando criança, numa casa que ficava além da linha do trem, em Pavuna, quando ainda existia a cancela ferroviária, minha mãe costumava freqüentar a casa de uma senhora cuja filha se chamava Raquel. Não me parecia a uma criança normal, porque introvertido, era difícil minha socialização, e qualquer relação além das ordens habituais a que uma criança é submetida, era um esforço sobre-humano. E nunca fiz questão de ir além de mim mesmo, o que me custou a seguinte conversa entre os adultos: - Maria Emília ele é normal? Nenhuma mãe quer um filho anormal e como saída para o constrangimento, despertou-me do alheamento com uns sopapos - que tiveram efeito apenas enquanto aplicados. Recaí, outra vez, em um ostracismo interior, em uma indiferença quase mística, como repúdio ao mundo real. Na escola primária, Otávio Kelly, juntamente a um garoto mais esperto, Renato, que me achava insólito, limpava as mesas do refeitório enquanto as aulas corriam. Renato, assim que o tempo se extinguia, s...