Norman Mailer
A fotografia da capa da revista Times não me saía da cabeça. Lá estava ele, vestido com um terno caqui, de gravata colorida, os cabelos desgrenhados pelas mãos dela, enrolada em um roupão de banho amarelo, com a mecha do cabelo loiro cobrindo um dos olhos, a boca insinuando um sussurro e a legenda sugeriria uma intimidade entre os dois. E o fundo branco parecia alçá-los ao céu ou navegavam em uma nuvem ou em um barco no túnel do amor celestial. A legenda arrolava uma relação perigosa entre os dois. E não seria a primeira vez que a garota estaria metida em encrenca. Ela tinha atração por sujeitos assim. A lista de suas principais paixões atestava a sua queda por tipos iguais àquele. Não tinha culpa. Era sempre fisgada pelos mesmos caras. Chamava a isto de atração fatal. Miller, Mailer e Kennedy. Dois escritores e um presidente. Em comum, o fato de serem judeus. Ela não se importava. Devia ser uma coincidência. Uma peça do destino. Os outros dois não me importam - Mille...