John Fante trabalha no Esquimó Escrito em 02 de dezembro de 2008 Li ontem, de uma sentada, John Fante trabalha no Esquimó (Calibán), o novo livro do Mariel Reis. A obra é, sem dúvida, um passo à frente no trabalho que o autor vem realizando nos últimos anos. Em primeiro lugar, porque ele resolveu os dois problemas que, a meu ver, estorvavam Linha de recuo, a seleta de contos com a qual estreou em vôo solo. A saber: a irregularidade qualitativa entre as narrativas e a falta de organicidade. Havia uma evidente força naqueles contos, que entretanto não se integravam nem sob o aspecto formal, nem sob o viés temático. Parecia-me, como lhe disse na ocasião, uma simples recolha de textos engavetados. Bons textos, decerto. Mas reunidos sem a coesão de uma ‘obra’. O que não acontece em John Fante trabalha no Esquimó, e embora a qualidade do novo livro não depreenda apenas disso. Acredito que a grande virtude de Mariel foi ter encontrado um ponto ótimo não só entre forma e conteúdo, mas também ...