Postagens

Mostrando postagens de agosto, 2014

Números

Imagem
NÃO DIVULGO meu blogue. Nas pesquisas, transversalmente, naturalmente, devem aparecer ocorrências que o incluam, mas não tantas vezes a ponto de torná-lo frequente em estatísticas no estrangeiro, sempre crescentes. Não há um único momento não monitorado por leitor americano – ou brasileiro lá radicado. Impressionam os números, se o contador não está equivocado, das visitas estrangeiras. Trato de futebol, política e literatura. Minhas preocupações sociais ganham visibilidade, aqui, para uns poucos amigos que leem com maior ou menor intensidade o que escrevo. Tenho a pretensão de escrever alguns livros, ter uma coluna mínima para falar de literatura em jornal popular, conseguir – nesses anos turbulentos – comprar minha casa e me manter vivo, ativo e razoavelmente saudável até os setenta e cinco anos. A minha surpresa, com os números, é o privilégio de ser lido – sabe-se lá por quem – tão avidamente. Já desbloqueei os comentários, mas o resultado foi inútil. Não tenho pista sobre quem sã

Neste instante

Imagem
O número de americanos ou de brasileiros radicados na América que acessam o blogue subiu para 31. Visualizações de página por país Entrada Visualizações de página Estados Unidos 13 Alemanha 3 Brasil 2

Sem martírio

MARINA SILVA é minha opção de voto. É saudável para a vida política brasileira, neste momento, a existência de um segundo turno que demonstre a insatisfação de uma parcela da população com relação a administração da atual presidente e do Partido dos Trabalhadores. A chance de vitória de um outro candidato não é remota, a necessidade de reforma política é urgente e é importante acabar com o mecanismo da reeleição. E não se deve aumentar o período de mandato - estendê-lo por cinco anos -, como apregoam alguns políticos. Todo martírio deve ser minorizado para o povo. 

Marina Silva: mais do mesmo mesmo?

Marina Silva é o Lula do primeiro mandato. Sem nenhuma diferença. Exceto, aliás, que, agora conhecemos quem foi o Lula do primeiro mandato. E talvez isto ajude a fiscalizá-la melhor, porque, como o ex-presidente, para alcançar o poder e lá se manter, fará acordos. E os acordos, descaracterizadores da plataforma política da ex-senadora, comprometerão a biografia da candidata à presidência. Nessa altura, creio, nenhum dos candidatos tem grande preocupação com sua biografia política. E não há muitas diferenças entre eles. Aécio Neves, Dilma e Marina prometem a manutenção da política social e econômica, portanto, além dos pequenos ajustes, não se pode esperar a mudança estrutural do país, apenas conjuntural. Tudo como dantes no quartel de Abrantes, eis o ditado que os define. Se o PSDB é um pecador confesso; o PT, um pecador arrependido; o que pensar do PSB de Marina Silva, com relações tão perigosas quanto as de outros partidos? Luciana Genro - a candidata mais bonita da corrida presiden

Revolução

Os mártires de qualquer espécie são sempre uma forma de aviso. Se um homem precisar morrer para que outro se salve, não vejo nisso qualquer contradição. Cresci ouvindo isso. Ele era filiado ao partido. E os meios justificam os fins, algumas vezes. Em outras, precisamos atravessar turbulências, gravidade para alcançar o almejado. Tudo aquilo entrava na minha cabeça. O Estado precisa da mentira, ela é útil a determinados manejos. Ele não pode permanecer com a mentira. É legitimo utilizá-la, mas é preciso torná-la real para quando for verificada. A mentira é uma projeção do que será a verdade. Não poupe esforço para alcançá-la. Minha mãe não poupava críticas a mulher da casa da frente. Chamava-a de uns nomes de reputação duvidosa. Ensinava que era errado o que ela fazia. E tudo aquilo entrava em minha cabeça. A mulher da frente se deitava com vários homens. A mulher da casa da frente tinha filhos com eles. A minha mãe era uma guardiã da moral, saída de passeatas da TFP, carregad

NA PEQUENA ÁREA

Caro Milton Neves, Como sujeito equilibrado sabe que o melhor é seguir o conselho da oração de São Francisco: "Compreender mais do que ser compreendido". E Datena, mais tarde, escutando as gravações do programa da Rádio Bandeirantes, se dará conta de que nada que desabonasse sua conduta foi veiculado. E nenhuma insinuação maldosa deu-se nos comentários sobre o período do apresentador no Paraná. Aliás, como reza a atitude evocada aqui,em nome da amizade e longo convívio de vocês dois, que o acerto entre vocês seja celebrado com uma fotografia publicada aqui no blogue. Mudando o assunto, rapidamente, Milton. A convocação de Dunga foi considerada boa pela maior parte dos comentaristas esportivos. E uma profusão de meio-campistas surgiu na listagem, inclusive Elias - mais uma vez. Não seria a hora de PH Ganso? Pelo futebol que vem mostrando no tricolor paulista, creio que não tardará para o meia-armador vestir a amarelinha. O que acha? Um abraço Caro Milton

Viração

CONTATO PIANOLA EDITORES Caros Editores, Embora não me conheçam, não posso mentir. Sou um escritor obscuro, nascido em um país de Terceiro Mundo em que as relações pouco se baseiam em méritos. E se os tivesse, talvez fossem preteridos por outrem, ordenando a realidade melhor do que ela está, dando-me o lugar de honra, isto é, em uma última fila. Lá, sem ser visto, apesar de reconhecido para estar nesse teatro – pelo menos, me digo, estou na última fila, em uma cadeira pouco confortável, mas minha cadeira e só me irão me remover de lá morto -, observo as intrigas em torno do capital cultural que ainda costuma ser dividido com os mesmos homens com o qual repartem o econômico. E se permitem as exceções, porque, sim, elas existem de fato, será para tornar mais divertida a fruição do espetáculo que proporcionam a si, eles, os tais detentores de tudo em meu país. Promovem aqueles de quem mais se pode rir -, como os reis que tinham em sua corte seus bufões. Estes, algumas vezes,

Dica Literária

Lygia Bojunga Nunes não pode ser subestimada. Não é, como a rotulam, apenas uma autora infantil. Talvez majoritariamente,nunca em sua integralidade. Aliás, a escritora é reconhecida, através das inúmeras premiações, pelo serviço prestado ao território da infância. No entanto, escreveu uma pequena novela notável – esta sem classificação etária – O Abraço. Se o restante de sua obra pode rivalizá-la com outros autores infantis, esta a coloca, de fato e de direito, pela sutileza, pela elaboração narrativa e pela perspectiva elegante, ao lado de escritoras como Hilda Hilst e Lygia Fagundes Telles. O tema do estupro, sempre sombrio, é tratado sem o traço naturalista. O leve simbolismo utilizado não diminui sua tragédia, mas imprime insustentável leveza. É minha recomendação. No livro, além das oitenta e duas de história propriamente, há uma surpresa: Lygia Bojunga discorre sobre sua preferência por assuntos pertencentes a um universo soturno. É a minha recomendação de leitura – Lygia Bojung

Monitoração?

A MONITORAÇÃO AMERICANA do blogue é frequente. A tradução em números supera em até oito vezes a presença de leitores brasileiros. O meu desleixo por não monitorá-los através de um programa gratuito do Google é resultado de uma inconsequência por suspeitar de que se tratam apenas de brasileiros radicados no exterior e não um complô contra um escritor que se volta para as discussões de seu país, com moderação e bom senso. Outras vezes, apesar do desbloqueio para os comentários, assustado, penso em espionagem. As palavras chaves ligadas à política vinculam-se às minhas narrativas e às ideias debatidas em textos curtos e incisivos podem despertar a desconfiança de que me alinho – politicamente – a um lado ou outro, radicalmente. O que não é verdade. Sou um homem ligado, essencialmente, à liberdade. Não sou uma natureza afeita a partidarismos ou ideologias, embora, por isso, sinta-me solitário. A liberdade,hoje, está atrelada a plataformas políticas, mesmo tendo uma existência anterior a

Eleições presidenciais: Marina Silva, um impasse

Eduardo Campos, fora do jogo eleitoral, devido a morte em acidente aéreo, Marina Silva é a nova candidata à presidência do PSB. E o vice será Beto Albuquerque, deputado federal pertencente à sigla, com discreta atuação no cenário político, é alçado a protagonista de um processo que poderá modificar o país, promovendo, responsavelmente, a alternância de poder a um partido saudável – do ponto de vista do liberalismo, com moderado apetite sobre as nossas instituições e moderado a respeito do modelo de desenvolvimento econômico. Parece pouco, mas é o que o Brasil precisa: acertar sua política externa, o inchaço de sua máquina pública, reequilibrar os indicadores de economia, rever as taxas de importação e exportação, além de moralizar as empresas fomentadoras de crescimento social e econômico (BNDES e Petrobras). Marina Silva é uma candidata com forte pleito para o segundo turno, deverá, por ser evangélica, cercar-se de assessores para pautar sua ação para não afastar uma ala progressista

Marcelo Rezende e redução da maioridade penal*

Marcelo Rezende, jornalista da rede Record, em entrevista à Folha Universal, defende a diminuição da maioridade penal. Além disto, em sua entrevista afirma que o ex-presidente Lula teria pedido para o programa sair do ar pelas críticas que recebeu do apresentador. Diz, também, que o jornalismo do programa apresentado por ele incomoda por mostrar a ineficiência da administração pública. A declaração do jornalista em relação ao ex-presidente Lula não é novidade. A defesa do jornalismo criminal é natural, porque é o ganha-pão do apresentador. Destoa, no entanto, a defesa da redução da maioridade penal. O programa de Marcelo Rezende, sensacionalista ou não, possui importância para um estudo sociológico. Desde a emissora que o veicula e os crimes de que trata revelam a parte da população a que se destina. E mais, pergunto, qual o tipo de influência quer causar, além de estremecer os pilares públicos em relação ao quesito segurança? A resposta não é difícil. E ainda, o mesmo jornal, talvez

Desagravo

A morte de Robin Williams, prematura, devido aos problemas com álcool e cocaína, além da descoberta de uma doença degenerativa progressiva (Mal de Parkinson) chocou ao público, aos familiares e ao mundo cinematográfico pela violência com que aconteceu. Aparentemente, Williams parecia um homem sereno, sem grandes perturbações. Entretanto, era um homem angustiado. Encontrado enforcado em um cinto em sua residência não lembrava em nada o ator que pautou sempre pela alegria suas atuações em filmes. A excessiva felicidade de suas personagens parecia uma advertência da qual ninguém se deu conta. Talvez o humor tenha sido antídoto durante um breve período para um rapaz como Robin, oriundo de uma família rica. As atuações em que a alegria transbordante deste ator extravasava para o público , paradoxalmente parecia esvaziá-lo, secar seu reservatório interior. Incomodava vê-lo envolvido a ponto de confundi-lo e aos outros de que um palhaço e não um ator, ali estaria. Ignoramos o aviso de que a

CARTILHA

Lembro de um homossexual de minha adolescência. Não lembro de tê-lo hostilizado. Nem de tê-lo apoiado ou protegido. Apenas de que o desconforto de certa forma o tornava arredio, desconfiado, introspectivo.   Lembro também das inúmeras brincadeiras que o ridicularizavam por seus trejeitos efeminados, nenhuma, é claro, feita à sua frente. Lembro-me dos mais velhos, querendo parecer descolados, imitando a munheca caída e a voz aflautada, revirando os olhinhos quando se via o rapaz que era um gato. Lembro perfeitamente do andar rebolativo de deboche, a camisa suspensa com um nó acima do umbigo, a calça jeans diminuída ressaltando o contorno glúteo. Os mímicos se esmeravam, acentuando uma caricatura grotesca de algo que é homem e mulher, mas não consegue ser nenhum dos dois. Entretanto, o rapaz homossexual de minha adolescência não se parecia em nada com aquilo que imitavam. Só me lembro dele porque, apaixonado por um amigo comum, cometeu o erro de lhe enviar uma cart

Manobra

HOJE decidi aumentar o número de minhas postagens por estar atrasado para comentar os últimos acontecimentos. Entretanto, se os acontecimentos não são nada animadores, se a incerteza fixada no horizonte desconforta e se o Brasil é constrangido pela política externa adotada, pretendo escrever sobre a revista do qual sou coordenador editorial, a Flaubert. A minha alegria é constante por realizá-la, levá-la a cabo com o auxílio - luxuoso - de inúmeros escritores talentosos, atingindo a sexta edição. A programação, embora com atraso, tem dado certo e o público parece tê-la aceitado e, principalmente, lido o que ali vai escrito. Aqui, no blogue, permanece o mistério da monitoração americana. Possuo inúmeros leitores em terras do Tio Sam. Desbloquearei a caixa de comentários para ver o efeito. Se os misteriosos frequentadores se revelarem, ainda que por falsas identificações, terá sido válida a manobra. As minhas postagens não excederão mais que do algumas linhas. Pretendo agilizar a lei

Eleição Presidencial

Eduardo Campos, candidato à presidência da república, morto em acidente aéreo, deixou-me com a tragédia órfão, temporariamente. Meu voto, como declarei aqui, pertenceria a curiosa coligação entre Marina Silva e o jovem ex-governador de Pernambuco, neto de Miguel Arraes e filho do escritor Maximiano Campos, autor do volume de contos Na Estrada, publicado pela Iluminuras, com prefácio de Raimundo Carrero e orelha de Ariano Suassuna. A confusão em torno de sua substituição ou a ascensão de sua vice para a cabeça da chapa parece causar transtornos dentro do projeto desenhado pelo PSB para a caminhada rumo ao Palácio do Planalto. Outra preocupação é a escolha de um vice para Marina Silva. Talvez a estratégia de escolha da esposa de Campos tenha valor afetivo, atinja emocionalmente alguns eleitores, mas será inócua do ponto vista político e mesmo ingênua. A coligação, que apoiava Eduardo Campos e aposta em Marina Silva, mesmo com o pouco tempo que lhe resta, deveria esfriar a cabeça para t

Sobre o cinema nacional

O meu único leitor, Diego Reis, reaparece na caixa de comentários para especular sobre o cinema nacional e minha preferência dentro das produções contemporâneas. Eu não vi, ainda, dentro do que foi produzido no cinema nacional um filme que me marcasse tanto quanto AÇÃO ENTRE AMIGOS, de Beto Brant. Tudo nele me chamou profundamente a atenção, embora a história não guarde nenhuma novidade por tratar da guerrilha armada, da resistência e da tortura. Na verdade, o filme de Beto Brant me interessa tal qual Sindicato dos Ladrões devido ao problema da delação. A figura do traidor sempre me interessou. Leio mais livros sobre personagens dessa natureza do que figuras célebres. A psicologia dos homens detestáveis me interessa bastante. Tanto que o ensaio biográfico de Zapata, escrito por Eric Nepomuceno, o traidor do líder da resistência, chama-se Jesus. Ação entre Amigos é um filme correto, realizado com muitos acertos. Vez por outra, revejo-o com enorme prazer. E é minha única indicação den

Batman versus Superman

Tinha prometido a mim mesmo não ser picado pela curiosidade em relação aos novos filmes de super-heróis produzidos pela indústria americana. Não me contive. As franquias de dois heróis, para os quais escrevi roteiros, me interessam frontalmente: Capitão América e Batman. Se Capitão América não é tratado como deveria, Batman o foi. E será refilmado. Não toda a saga, mas um episódio em que enfrentará o Superman, alusão a uma grafic novel de Frank Miller. Espiei as primeiras imagens que circulam na internet e as achei ótimas. O figurino de Batman não o trai. O batmóvel parece ter se distanciado mais da realidade. Embora todo o resto, através de fotografias, pareça sóbrio, não constituirá – isoladamente – o filme. Ben Affleck (Argo) interpretará o homem-morcego, o roteirista será Cris Terrio (Argo) e o diretor Zack Snyder (Superman). Argo, filme dirigido, produzido e estrelado por Affleck, mistura drama e suspense, possui fragilidades em seu enredo e temo a repetição de certo ufanismo e

Filmes

Meus Clássicos do Cinema: Clássico Década de 50: Sindicato dos Ladrões Clássico Década de 80: Mad Max Exterminador do Futuro Blade Runner Clássico Décadas 90/00: Clube da Luta Old Boy Deixa-me Entrar (europeu) Um filme nacional: Ação Entre Amigos, Beto Brant

Visualização diária

Imagem
QUEM  são vocês? E muito obrigado pela visita. Visualizações de página por país Entrada Visualizações de página Estados Unidos 74 Brasil 32 Alemanha 6 Polônia 3

Entrevista com Luiz Horácio Rodrigues sobre lançamento do livro DORALINA

Imagem
         Lançamento previsto para o dia 28 de agosto, às 19 h, na Livraria Argumento do Rio de Janeiro, o romance Doralina, de Luiz Horácio Rodrigues,  abre uma nova perspectiva dentro da ficção do autor, antes marcada pelo fantástico, agora com contornos realistas. Abaixo a capa do livro ( em convite com chamada para o RS) e uma pequena entrevista com o autor falando sobre as motivações e a realização do livro. Qual foi o impulso inicial para a escrita de Doralina? O impulso inicial foi a morte, essa desgraça inevitável.Não acredito em céu, tampouco inferno.No meu entender vida boa é a que desfrutamos, mas sempre machucada por essa desgraça, a morte. Foi a morte que me acompanha efetivamente desde a morte de minha filha quando eu tinha 22 anos, a seguir a morte de minha mãe.Foi a presença dessa semeadora de tristezas que me fez escrever Doralina. Infelizmente somos concessões da morte.Só me resta escrever. Doralina é um documento, além da própria ficção, com fortes