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Mostrando postagens de julho, 2011

Poema de Reinaldo Ramos

Ouviste a moça? Meu caro Jorge, sabes bem que quem trabalha é que tem razão mas hoje talvez sintas umas brisas adventícias de cepa africana e possas andar sem camisa rabiscar uns poemas cantados pra espalhar sem remorso ou ânsia e cantar o mesmo mantra diuturno feito faz, assaz bem, o bem-te-vi E pois, escrever não nos mata e o que não é de matar, fortalece - nos adverte o sábio clichê filosófico. E por nisso falar, ouviste a moça louçã da província marítima e cabeça vã? Sabias da sintaxe dos sabiás que sabiamente nos ouvem e têm na moela o alpiste-palavra esmigalhado pelas moendas dos cataventos de moto-contínuo e um bom bocado de orações insensatas que o sol nos derreteu da moleira? Se debalde desexplicamos com as papas da língua e espalhamos letras em bons lençóis de renda e com eles serigrafamos poemas benfazejos nestes céus, azuis feito sonharia a graúna se dela fosse dado de sonhar (por debaixo do pretume da asa) eu cá te deixaria uns dedicado

Sobre Nova Convocação de Mano Menezes e Outras Milongas

Concordo com Milton Neves. Temos excelentes jogadores que não conseguem se articular dentro de uma estratégia de jogo. Valem em campo mais por suas individualidades do que por uma tática elaborada por um técnico que as valorize e as potencialize. Sabemos desde o início que Mano Menezes era um reserva de Muricy Ramalho e que parece inevitável a troca de técnico da seleção brasileira pelos sucessivos fracassos nos campeonatos que acompanhamos. Isto não é agourar o atual técnico da seleção brasileira, Mano Menezes, mas é preciso ele acertar o descompasso entre os valores individuais e a ação tática que pretende para não passarmos novo vexame contra a Alemanha. Porque os jogos servem como uma avaliação para a Copa de 2014 em que tentaremos exorcizar o fantasma da derrota de 50, por mais que todos afirmem que não, para nós tem um sabor de revanchismo, queremos lavar a alma de algum modo. Portanto, o técnico da seleção brasileira, seja ele quem for, deverá ter em mente isso, nosso dese

Um Poema de André Ferraz

Negociação A boneca rodeia ao fazer o preço. Mas, eu quero mesmo conversa. Quero um pau que me dê paz, Conversa; e dormir no colo dela. Aguentar o silêncio do quarto E da voz que vêm dela, Enquanto meto. Queria que ela fosse o amigo, Que nunca faltasse nas noites tristes. O quadro em branco da minha viagem Ao paraíso dos levianos, E meninos de bordel.

Uma Lição

“todos deveriam ter diante de suas casas um hospital do câncer. porque veriam a perecibilidade; a deformação de homens e mulheres, jovens ou não, banqueteados por um verme invisível que lhes rouba a alma através dos orifícios escavados nos corpos magros. Apenas com uma passagem incerta em suas mãos - que se fana aos poucos - um bilhete frágil, encapsulado em carne, que é a vida.”

Acerca dos Pensamentos Incomuns

É um trabalho de avizinhamento esta minha fala. Não serve como bússola ao viajante desprevenido, mas de um aviso sobre os territórios em que pisará e os rituais que terá de cumprir para aproximar-se do mistério que envolve a criação de Anderson Fonseca. À novela Notas de Pensamentos Incomuns, eu não posso acrescentar mais do que já o fiz, quando situei a estratégia narrativa em meu artigo Uma Epopéia do Delírio, divulgado à exaustão pelo autor, junto a outros dois textos que encetam uma tríade crítica a respeito da conjuntura sui generis do narrador ao longo do pequeno livro, alentado de idéias acerca do duplo, um obsediante expediente que persegue o escritor em seu trabalho. A obra traz procedimentos da Belle Époque e as necroses derivativas de suas abordagens, tendo, como exemplo, O Bebê de Tarlatana Rosa, de João do Rio. Ou incitando outra leitura, tendo como modus operandis os parâmetros da literatura gótica. Nesta investigação podemos tornar Notas de Pensamentos Incomuns, em leitu

Poema

estatística para aurea avança em idade sombra mística, de toda verdade: espelhada na cidade, em miríades: move-se em multidão. cercá-la? esvai-se em bando, detê-la impossível parte da cidade, parte da ilusão...