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Mostrando postagens de agosto, 2010

A Lona e Ética: Eleição e Poder

A Secretaria Municipal de Cultura mantém em relação à Lona Cultural Jovelina Pérola Negra uma posição de ambivalência perniciosa. No último evento, promovido por esta entidade, na Praça do Pipi-Popo, com vistas à celebração do início das obras, equivocadamente manifestou-se no palco o rapper Jovem Cerebral, em discurso aos presentes no evento, lamentando que a Lona não fosse construída ali naquela Praça, porque a Prefeitura decidiu beneficiar a Praça Ênio, de modo miraculoso. Isto não é uma verdade. A Praça Ênio, favorecida por sua localização, situada em região plana, com acessos pelas principais vias rodoviária, ferroviária e metroviária, parecia fadada a abrigar o projeto que encontraria dificuldades se encampado, como disse o rapper Jovem Cerebral, para ser levado a este outro ponto do bairro, situado em um lugar com difícil acesso. O que não o desmerece, porque se situada à Praça Ênio, a Lona servirá aos interesses dos bairros adjacentes como da cultura em geral. A ambivalência da

Troca de E-mail's

Bruno Bandido fala: “Claramente, temos opiniões muito distintas sobre Bukowski, Mariel. Não concordo em absolutamente nada que tu falou a respeito dele. Sin embargo, concordo sobre João Antônio. Acho Malagueta, perus e bacanaço um puta troço bacana. Já quanto a Lima Barreto, apesar de ser um ótimo escritor, jamais acabei de ler um livro dele e pensei "Poxa, do caralho isso daí!". É uma opinião própria, sou um ser humano muito ligado no que me emociona, por isso, minhas opiniões e gostos podem ser babacas e rasos ao ponto de eu gostar de qualquer coisa que me faça roer o coração. Além do mais, não é tanta coisa assim. E minha razão quanto a escrita, é simplesmente porque me ajuda um pouco, ou porque eu preciso, e também porque é uma coisa que eu saiba fazer. E não falo "saiba fazer" com algum ar de experiência ou superioridade, claro que não, você sabe qye não, afinal - falo pelo fato de eu não saber fazer muita coisa além disso. Por isso digo que só me considero esc

Procure no Google e Leia - Poetas Contemporâneos - Parte 1

Heyk Pimenta : Entre Águas http://heykpimenta.blogspot.com/2010/08/escorpiao-cha.html Wladimir Cazé Publicação : Germina http://www.germinaliteratura.com.br/wc.htm Jefferson Alves Vieira : Jav http://www.uniblog.com.br/javblog/451314/ao-meu-anjo-da-guarda.html

Por Um Real

Finalmente saiu meu passe livre do metrô. Sem teto e sem perspectivas de mudança, titular de uma dívida de 2600 Reais e sem condições de viver os trinta dias do mês dentro da honra e glória do meu salário, e ainda impossibilitada de arrumar uma fonte de renda alternativa, decidi cortar despesas onde me pareceu mais fácil. Pode ser uma esperança. Só o tempo dirá. Desisti de fomentar o mercado gastronômico do entorno de meu trabalho, que esvazia o meu bolso diariamente. Tomara que sobrevivam sem mim. Quarta feira experimentei almoçar no restaurante popular da Central do Brasil. A coisa rola num esquema de bandejão: fila do lado de fora, sob o sol. Ou a chuva. Há uma fila para a galera em geral. Outra para os idosos e uma terceira para grávidas, acompanhantes, adultos com crianças e os deficientes. Tem muito segurança, dentro e fora do galpão. Eles fariam uma fila a parte, como o povaréu que aguarda. Aliás o segurança da Supervia, ainda dentro da Central, me surpreendeu pela amabilidade.

Literatura Amadiana

O que ler de Jorge Amado? -Isto me foi perguntado por um jovem que só sabia macaquear opiniões críticas alheias, colonizado da cabeça aos pés por essa cultura moderninha. Então lá vai. Os livros são os seguintes: -País do Carnaval; -Cacau; -Suor; -Menino Grapiúna; -A Morte e A Morte de Quincas Berro D'Água. Novelas que mostram o melhor do autor baiano.

Um bom blogue sobre futebol europeu...ou quase isso

http://olheiroaoservico.blogspot.com/

Nascituro

Eclodem das nuvens -Pássaros- Ovos raros Apensos no céu.

Troca de E-mail's

Mirisola fala sobre Bruno Bandido em sua coluna no Congresso em Foco: “Nesse momento, pensei: “Peguei pesado”. Ele me disse que tinha 19 anos, embora com essa idade meu afilhado já tivesse roubado o próprio pai para pagar um aborto. Ora, com 19 anos Rimbaud já havia concluído sua obra, e o Bruno – o garoto do blogue Bruno Bandido , que escreve feito um demônio, não o ex-goleiro do Flamengo – já é safo e bandido há muito tempo” Mariel Fala sobre Bruno Bandido: “Bruno, ótimo você ter enviado os contos para o site Germina. Li os seus textos, meu amigo. Tem velocidade, incisividade necessária à penetração psicológica, embora as tramas me pareçam tímidas. Mais esboçadas que propriamente desenhadas, claramente. Muito da ação dos seus contos acontece no silêncio e na pausa do texto. Nas divagações do narrador que costura aquilo que vê. Meu conselho, se é que posso dar algum, é que você amplie suas observações. Posso falar sinceramente, você me parece alguém que quer ser Raymond Carver, mas nã

Compromissos

O escritor e professor Reinaldo me convidou para celebrar um tour literário na escola em que dá aula no bairro de Brás de Pina. O colégio estadual Teresa Cristina estará em minha mira amanhã (20/08). Heyk Pimenta, poeta de mão cheia, resolveu também me colocar na berlinda em um evento chamado Geringonça . Este ocorrerá no Sesc- Tijuca dia 26/08, às 18:00h. Estes dois decidiram me livrar do misantropo e acreditar no showman. Espero não decepcionar ninguém, mas é sempre um prazer estar na companhia dessa rapaziada. Desde já o meu agradecimento a ambos pelos respectivos convites.

Uma Frase

“Dividimos nossos medos e abismos quando estamos uns diante dos outros e acabamos nos reconhecendo não só em nossas fragilidades, mas também em nossa força.” Uma boa frase minha surgida em conversa com o escritor Henrique Rodrigues no Google Talk – onde nunca espero falar nada de profundo, somente papear, jogar conversa fora. Conversávamos sobre a adoção da antologia de contos Como Se Não Houvesse Amanhã, editora Record, baseada em músicas da banda Legião Urbana, pelas escolas públicas e a crescente identificação da rapaziada com as questões tratadas pelos diversos escritores presentes na coletânea. Talvez resida nessa (des) semelhança o caminho de nossa integração. Aliás, já cometi pequenos poemas em conversas com Elaine Pauvolid, em momentos de enlevo quando a poetisa me retransmitia suas vibrações poéticas que me imantavam e desaguavam em comentários de mesmo teor. Divertíamo-nos muito com as coincidências imposta por essa musa – A Poesia, enquanto rolávamos altos papos sobre nossos

André de Leones & Bruno Bandido

Eu me esqueci completamente como colocar o endereço na lista de blogues que curto ler, mas não cessarei de recomendar o garoto Bruno Bandido, no endereço : http://brunobandido.wordpress.com/ que escreve como ninguém e desde já é uma promessa. E do amigo André de Leones http://vicentemiguel.wordpress.com/ , escritor experimentado, que me honra com sua leitura e comentários. Aos meus dois amigos, vida longa. Quem puder me indicar o caminho das pedras para o link, ficarei eternamente grato.

Oferta

Para Helena Ortiz que salvou este poema . Oferto à poesia as dores mais cotidianas: Um verso sem alegria Um coração que não ama E tudo mais exaurido No itinerário absurdo De todos os sentimentos. Dôo à poesia o lamento Dos objetos fugidios. E chego a pensar Que é contentamento Os meus amores tão tardios.

O Negociador

Para L. Não, meu amigo, não sou eu o peso da sua vida. Não tenho nada com seus fracassos, porque eu não estava lá para tomar as atitudes por você. Não, eu não beijei a mulher que você perdeu, não andei de mãos dadas com ela, tampouco invoquei santos e demônios quando a perdi, porque nem mesmo cheguei a cobiçá-la, porque meus desejos estavam voltados para outra direção, até mais feliz, mais saudável e mais forte . Não, meu amigo, não mesmo, eu não colaborei com sua autocomiseração, não apoiei seu caráter destrutivo quando quis para si todo o martírio, toda a dor, porque já não estava mais na adolescência, porque descobri que eu não era mais o centro do mundo, nem de mim mesmo. Não, eu desejei apenas que você fosse feliz. Comentei sobre você com meus outros amigos que também eram seus, mas que cumpriam o édito de não pronunciar palavra sobre si, posto que prometido, quando apenas procurava saber de se sua integridade física e moral. Não, meu amigo, não sou mesmo o peso d

Os pés do Sr.Monteiro * série 2006 - Ed. Paradoxo

Monteiro acabara. A loja de sapatos, fechada. Era pior que estar morto. Trabalhava no ramo há muito tempo. Não havia aquele que não o conhecesse. Quase todos os pés da cidade lhe tinham passado pelas mãos. Tudo para se firmar no negócio. A falência o atingira menos que a falta dos pés de Luzia. Não se importava de estar nas mãos de fiadores; que os credores lhe importunassem à porta de casa, ou mesmo as reclamações trabalhistas feitas pelos empregados. Estava profundamente atingido naquele afe­to: ver os pés de Luzia. Pequenos e formosos. Somavam-se às pernas finas, porém nada o desconcertava. Sorria ao vê-la aproximando-se da loja. Trocavam uma ou duas palavras. Saíam tímidas. E logo — Moça, se eu pudesse te roubar um beijo... Luzia se ria. Agitava as tranças. O passo apressado, mas com o ouvido lá, parado, nas palavras do sr. Monteiro. Parava na esquina, olhos baixos, catando a sombra dele como uma flor. Ele, entendido dos gestos e do significar do silêncio, arrumava logo uma entrega

Re-vista Machado /Qualidade e versatilidade

A mais luxuosa e bem acabada revista virtual,- revista Machado , coordenada por Delfin, ex- Edições K, está no endereço abaixo: www.revistamachado.com.br Eu estou presente em ambos os números de estréia. Vida longa ao seu criador Delfin e a Vivi que o atura, porque a revista eu não tenho dúvida de que seguirá por um bom tempo no ar. VISITEM, POR FAVOR!

Meu Dragão Doméstico - ESboço de Estória Infantil

Meu pai não tinha paciência para minhas perguntas. Sentava-se ao meu lado no sofá, abria um livro de contos de fada, escolhia a historia mais mirabolante e contava. Não admitia ser interrompido durante a narração. Exigia minha concentração. Eu registrava na memória todos os detalhes do que ele descrevia: os inúmeros reinos, príncipes, princesas, monstros, embarcações, batalhas, maquinas voadoras, animais marinhos exóticos, criaturas terrestres bizarras e os dragões. Um dia, contrariando as ordens de meu pai, não resisti. Pedi que fizesse uma pausa. Ele me olhou com cara de poucos amigos e perguntou: - Você quer ir ao banheiro? - Não – eu respondi, aliviando minha barra. Mas ele emendou: - Então pra quê você me interrompeu? Não disfarcei. Disparei logo minha pergunta: - O que é um dragão? Meu pai não se fez de rogado. Antes que eu esboçasse qualquer reação, respondeu: - É um réptil com asas. É um lagarto gigantesco que cospe fogo e voa. Agora posso continuar a história? Fiquei quieto at

Árvores e Design

Você interessado em design. É, você mesmo, que revira os olhinhos por uma linda cadeira ou poltrona com a assinatura de A, B ou C, que critica os hectares de mata atlântica destruídos por fazendeiros ou derrubados por sem-tetos para construir habitações precárias – típicas favelas. Você que não se pergunta de onde vem a madeira empregada pelo renomado design de sua cadeira, mesa, banqueta, você mesmo que às vezes se posiciona contra os rodeios ou as touradas, que às vezes apóia o greenn peace ou outra entidade governamental que abriga animais torturados... Você com profunda consciência ecológica, que pede para empregada não despejar óleo de cozinha no ralo; você que, preocupado com o problema do saco plástico, apóia as sacolas de papel ou as caixas de papelão para solucionar o problema ambiental de milhares de aves. Ou peixes, que morrem por asfixia ou envenenamento ao ingerir pedaços desta tralha maldita. Você, que tem em casa esta poltrona em couro e confortavelmente senta nela para

Outras Paisagens

Declaração de Anderson Fonseca, escritor e editor da Multifoco, à Marcelo Novaes (http://notaderodape-marcelo-novaes.blogspot.com/) "MN: O escritor precisa ter o que dizer, ou basta saber dizer o já-sabido como "um jeitinho específico de pisar o chão-da-palavra"? Há que se ter voz e idéia pessoais, ou basta ter "sotaque" e alguns [charmosos] "cacoetes"? AF: Como escreveu Walter Benjamin “Um bom escritor não diz mais do que pensa”, e sou da mesma opinião. Um escritor tem que ter sua voz, não sei dizer se a voz tem que ser descoberta, acho que ela tem que ser aprimorada, porque é óbvio que cada escritor tem a sua. E outro, para mim um excelente escritor é um inventor, e se ele é um inventor sabe que é preciso ser rebelde com as palavras. Não sou fã de escritor modista, adoro os que vão na contramão da linha férrea da literatura, ou seja, me apaixono pelo os escritores de invenção. Conheço poucos escritores de invenção os quais considero estarem buscando